
Eu sei, eu sei...devia estar a lavar a loiça e a tirar a roupa do estendal, mas na realidade, estou a beber chá gelado e a ler um livro enquanto sou mordida por melgas. Está muito calor!
Houve cerejas com pêra e manga ao jantar.
O livro* é de Maria Gabriela Llansol, uma escritora que há tanto tempo queria ler e não me atrevia, achava que não ía entender. A verdade é que se calhar não entendo na totalidade, mas estou a gostar muito e na lista do livro seguinte já mora o "Amigo e Amiga. Curso de silêncio de 2004", Assírio & Alvim.
A descrição de Eduardo Prado Coelho na badana é perfeita para o que sinto: "É verdade que estes textos me fascinam, mesmo quando não estou certo de os entender perfeitamente (melhor: sobretudo quando não estou certo). É verdade (creio) que estes textos fascinam tanto Maria Gabriela Llansol como a mim próprio. É o facto de neles se desarmar toda a autoridade de um autor que os torna simultaneamente precários, vulneráveis e deslumbrantes. Qualquer leitor pode bater à porta e entrar. O que o aguarda é apenas a serenidade e a justeza das coisas evidentes: pão, água, o convívio com as plantas e os animais, alguma luz mesmo de noite, alguma noite no corpo da própria luz. E o amor como partilha do mais difícil." EPC in Público 11/6/91
E um desabafo: tenho saudades das crónicas de EPC no Público.

*Um beijo dado mais tarde, Maria Gabriela Llansol, edições Rolim, 1991.