Para a Rita que fez o desafio e um bocadinho para a Miriam que há muito tempo me fez uma proposta parecida e que na altura não respondi. A Mariana também já respondeu.
Quando ando sozinha na rua gosto de olhar para tudo com olhos de ver - especialmente telhados, outros bocados de edifícios, praças e outras arquitecturas, chão, nesgas de rio e bocados de sol.
Tenho a mania das listas e faço muitas. É só mesmo uma mania, porque normalmente não as sigo assim tão rigorosamente e às vezes acho que só servem para eu sentir que está tudo organizado.
Os livros são uma parte indissociável da minha vida. A minha avó trabalhou na Livraria Portugal e muitas das histórias da minha infância estavam cheias de memórias desse tempo. Sempre vivi no meio de paredes forradas com livros, onde as férias do Verão começavam com a escolha do que iríamos ler e a descoberta dos livros que estavam escondidos na 2ª fila das estantes. Para além de serem o meu trabalho, ou talvez por isso mesmo, às vezes também tenho que me zangar com eles.
São o "objecto" que escolheria se tivesse que escolher só um, e hoje sabe-me bem lê-los e partilhá-los com o André, que já gosta tanto deles como eu.
Gosto muito mais de beber chá do que de café, mas gosto de misturar ambos com leite.
Se pudesse passava muito tempo a desenhar, a pintar, a recortar tecidos e a inventar coisas para o André brincar- máquinas de voar com asas de papel, casas e carros de cartão feitos com as caixas das fraldas, canas de pesca em papel que pescam peixes desenhados e comboios de almofadas.
Não gosto de nenhuma "tarefa doméstica", que cá por casa são cumpridas por etapas e divididas conforme o tempo dos dois. E prefiro arrumá-las em alturas onde não nos roubem tempo para falar, para brincar, para passear ou só para "estar". Por isso, às vezes acontecem coisas estranhas, como, andarmos a lavar a casa-de-banho ou a limpar o pó às 2 da manhã . Em compensação adoro cozinhar, o que acontece quase sempre com o André ao lado - a ajudar ou a brincar.
Sou muito distraída e fico sempre a pensar mil vezes se fiz o que tinha para fazer, ou se não me esqueci de nada. O momento mais exagerado desta paranóia foi acordar e perguntar ao Pedro se eu não me teria esquecido de fechar a porta do frigorífico - pergunta que ele ignorou, claro!
Felizmente que normalmente ninguém dá por isso e até acham que sou muito organizada.